Esta é a afirmação de Roberto Sampaio, Engenheiro civil com mestrado em habitação e Fundador da divisão de investimentos imobiliários da Empírica, para a Revista Isto É.
Para ele o que embasa esta afirmação é a queda dos juros. “Ficou mais barato financiar, e o aluguel passou a render mais em comparação com as aplicações conservadoras. As pessoas voltaram a comprar imóveis como investimento, especialmente depois da queda da rentabilidade da renda fixa” afirma Sampaio.
Com a crise causada pela pandemia, o Banco Central baixou de forma drástica a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, que interfere nas taxas cobradas em todo o sistema financeiro. A medida serve como uma alternativa para movimentar a economia.
Com a Selic mais baixa da história no ano passado, fechando em 2%, os financiamentos imobiliários ficaram mais atrativos àqueles que desejavam o sonho da casa própria ou que buscavam o mercado imobiliário para investir. Inclusive, com os juros do crédito imobiliário baixos, as pessoas começaram a repensar se vale a pena alugar uma moradia ou adquirir um imóvel. Muitas vezes a prestação do financiamento é menor do que o valor do aluguel.
O outro fator que vai acelerar o boom imobiliário nesse momento, também é consequência da pandemia. O vírus forçou as pessoas a ficarem mais tempo em casa e isso fez com que elas valorizassem a sua moradia, passando a ter novos hábitos e novas prioridades como, por exemplo, passar mais tempo com a família.
Se até pouco tempo atrás as pessoas priorizavam morar perto do trabalho para evitar o trânsito, agora elas podem optar por morar em bairros e cidades com mais qualidade de vida.
Passar mais tempo em casa também fez as pessoas valorizarem as áreas comuns dos imóveis e também o crescimento da procura de casas, em especial para famílias com crianças.
Para os analistas, o aquecimento do mercado deve continuar forte este ano, gerando um dos maiores booms imobiliários da história do país.